É uma tradução possível para a palavra mixité , em francês - aquilo que é misto, que tem os componentes feminino e masculino. Está relacionada à idéia de escola mista ( para ambos os sexos). Algo incomum ainda no início da segunda metade do século 20.
A filósofa francesa contemporânea, Sylviane Agacinski (que não está tratando de sexualidade) utiliza a idéia de misto para valorizar a diferença (o contrário de identidade) estão que estão numa origem que não é simples, nem única, por ser feminina e masculina, ponto de partida da diversidade humana que se faz visível em cada pessoa. Cada homem e/ou cada mulher é também um tanto misto e múltiplo.
É pensando na humanidade a partir desse duplo começo que a filósofa pergunta: " Não é o outro sexo, para nós, a fisionomia mais próxima do estrangeiro? Pois é da forma que pensamos o outro sexo que depende o modo de pensarmos o outro, em geral". E há um esforço interminável da humanidade,que prima pela plasticidade, para interpretar, cultivar, dar sentido à diferença dos sexos.
Da reflexão em torno da mixidez fica a distância entre os sentidos que se pode dar às palavras desigualdade e diferença, bem como de suas consequências O primeiro, a ser combatido em sua prática, na vida pessoal, social,o segundo, a exigir maior atenção por ser determinante, também pessoal e socialmente.Outra coisa que fica em evidência é que, por mais que se tente, o mundo, os feitos, as pessoas, jamais serão compreendidos com simplificações e por conveniências. Parece óbvio, mas na prática é o que mais se faz.