domingo, 29 de abril de 2012

Coisas

Não se fala mais nisso ( são assim as notícias bombásticas) : Gabriel o Pensador iria ganhar cachê de 170 mil reais para participar da feira do livro da cidade de Bento Gonçalves. O que nunca se fez, durante a polêmica alimentada pela ZeroHora, a partir da revolta  contra a alta cifra e manifesto publicado no mesmo jornal por um escritor gaúcho, foi a busca do esclarecimento.
Achei tudo leviano. Primeiro, a desqualificação do Gabriel o Pensador, como se não fosse um escritor com premiação no Jabuti. Segundo, foi preciso que o Gabriel viesse do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul  para dar explicações a respeito do dinheiro envolvido em sua participação na Feira do Livro de Bento Gonçalves. Detalhe: foi convidado para ser Patrono dessa Feira neste ano. O prefeito considerou importante juntar, com verbas distintas, a área da cultura e educação. O escritor/cantor/compositor iria fazer um show com sua banda e teria dois mil livros distribuídos nas escolas. Faria palestras, contato com crianças e jovens. Ficará uns dez dias envolvido com a Feira do Livro na cidade de Bento Gonçalves.
Decidiu, depois dos protestos, inclusive de leitores do jornal influenciados, manifestos no Facebook e outros, que não faria mais o show, nem venderia mais seus livros para a prefeitura para que fossem distribuídos nas escolas. Participaria  do evento como Patrono da feira, apenas, com muito orgulho.

Errou a prefeitura, indelicada com o escritor/músico, e com o que combinou com ele,ao não se pronunciar rapidamente.
Na polêmica  na mídia só se falava em  cachê para o "artista", o rapper. Sempre se omitiu a obra literária para crianças e jovens de Gabriel O Pensador. Sem se mencionar, ainda, o trabalho social, de longas datas, voltado para os  jovens sem recursos financeiros.
 Repito  que houve leviandade  quanto ao que foi divulgado ao povo gaúcho a respeito da obra  do escritor  e do que estava em questão.
Quando surgiu o Gabriel O Pensador, como um cantor, eu não tinha identificação  com as músicas. Mas essa pessoa tem uma história de vida cultural pública que precisa ser respeitada. E ele não precisa passar por esse tipo de situação.


Falando em  outras coisas, as boas, que acrescentam  à vida, aqui  está uma entrevista do poeta Floriano Martins com o poeta Sergio Campos, publicada no Diário de Cuiabá.
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=410419